Crónica #23 - A Senhora do Panamá
A senhora do panamá®Teresa Serrano
O que eu gosto de chegar à praia, pousar o arsenal na areia e dar uma olhadela de 360º graus. É certo e sabido que irei contar pelo menos 4 ou 5 Senhoras do Panamá - e não me estou a referir a panamenhas (senhoras oriundas da República do Panamá) mas sim a senhoras com um chapéu no alto do cocuruto. Chapéu esse de tecido bem mole e com a aba sempre para baixo que vinha dobrado no saco das raquetes com quinhentas coisas em cima, o que o ajuda a ficar ainda mais deformado.
E porque o usam sempre no cimo da cabeça? Mas será que não há panamás do tamanho da cabeça delas? (É que nunca encaixam!)
Aí existem duas hipóteses:
Primeira - Foi uma oferta de uma promoção qualquer que havia na bomba de gasolina, daí o tamanho S e único;
Segunda - O cabelo arranjado e cheio de laca que não permite que o panamá entre nem que a vaca tussa.
Posso-me atrever a dizer que a segunda é a opção mais viável ou não fosse vê-las depois a banhar-se sempre com a cabeça bem fora da água a nadar à caniche para não estragar a permanente. O mergulho não é considerado (jamais!) e por isso o panamá vai também à água sem qualquer problema porque nunca o vão molhar, sendo assim um must-have para qualquer coleção de praia acima dos 60 anos.
Moral da estória:
Vogue e Marie Claire não ponham style-hunters nas praias da Costa não e continuarão a perder a tendência desde 1960!